Antarctic Ice Marathon

Em 2017 o Brasil teve mais um representante na Maratona da Antártica, o Djalma Moura. O superatleta estava muito bem preparado para enfrentar as adversidades dessa prova.

Djalma Moura. nosso atleta em treinamento

A Antártica é um continente localizado no extremo sul do planeta. É lugar mais frio do mundo tendo atingido em 1983 a temperatura de -89,2°C na Estação Vostok. Devido a estas baixas temperaturas e aos ventos fortíssimos é o continente mais inóspito, pois o tempo muda rápido e constantemente sendo assim impossível a permanência de população.

Em 13 de dezembro de 2018 acontecerá a 14ª Edição Antarctic Ice Marathon  na localidade de Patriot Hills e há confirmação de atletas de vários países.

A prova foi criada pelo irlandês Richard Donovan, que desejava que os maratonistas pudessem correr em todos os sete continentes do planeta. Além da maratona haverá provas de 21km, 100km e 160km.

A Maratona da Antártica acontece debaixo de uma temperatura de -20°C e sensação térmica de -50°, com ventos de até 200 km/h.

Normalmente as maratonas que ocorrem em outras localidades do planeta tem milhares de atletas, mas nessa prova gelada a média é de apenas 50 participantes.

Bater recordes pessoais é algo impensável! Nessa prova o tempo não é o desafio e sim suportar as adversidades. Correr na neve é uma tarefa difícil, pois nunca se sabe se o solo está confiável. O terreno pode parecer firme, mas você pode afundar o pé na neve fofa ou ao contrário. São muitas passadas em falso.

Antes de largarem, os corredores se encontram em Punta Arenas, no Chile, de onde embarcam em expedição para a Antártica. A data exata depende do tempo, pois o voo só decola se as condições meteorológicas estiverem boas e isso pode significar vários cancelamentos e alguma frustração.

O valor da inscrição gira em torno de R$ 60.000,00 (15 mil euros), incluindo passagens do Chile e as “diárias” no acampamento. Os participantes têm direito a alojamento e alimentação durante os cinco dias de estadia.

A Union Glacier é a estação que receberá os atletas. É um campo de serviço completo que opera durante o verão antártico.

Os atletas da Maratona de gelo permanecerão em tendas de paredes duplas, para 2 pessoas, bem confortáveis e adaptadas às condições da Antártida. A cama é um saco de dormir polar e o ambiente é aquecido pela luz solar durante 24 horas por dia.

Uma curiosidade que causa dúvida aos corredores tropicais é saber como os treinamentos para esse tipo de prova podem ser feitos. A descrição é dada pelo corredor Bernardo Fonseca, datado de 29/03/2016,  na matéria on line: O impossível é passageiro: Maratona na Antártica.

“Tivemos que nos adaptar e encontramos uma maneira única de treinar em plenos 40ºC do Rio de Janeiro. Procuramos frigoríficos, câmeras frias, tudo que pudesse simular nossa empreitada. Depois de muito lutar para convencer alguém a nos deixar ficar dentro de um frigorifico, conseguimos com a Sadia autorização para correr dentro do seu centro de distribuição, uma área com 400m², um pé direito de 22m e o melhor de tudo: -22ºC!! Foi ótimo! Adoramos nossos treinos por lá.”

Não é uma prova comum e nem para qualquer maratonista, mas é uma prova inusitada e desafiadora.

Em 2017 o corredor brasileiro Djalma Moura completou a prova em 5h 01min 59seg, ficando em 10º lugar entre 38 participantes masculinos.

 

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